quarta-feira, 26 de agosto de 2015

MINDSET: CONSTRUINDO UM MODELO MENTAL PARA BIBLIOTECÁRIOS



por Fabíola Bezerra



O empreendedorismo voltado para Biblioteconomia, ou, dito de outra forma, a Biblioteconomia voltada para o empreendedorismo, é um tema que tem despertado interesse e estudos de alguns profissionais na área. O caminho ainda é longo, mas a caminhada já começou.

Entendo o empreendedorismo acima de tudo como uma postura, uma decisão, um comportamento motivado por uma disposição interior, uma maneira de ser e estar no mundo, uma questão de atitude.

A disposição interior ou a motivação, que nos leva à tomada de decisões, está diretamente relacionada à maneira que vemos o mundo, é como um mapa formado pelas nossas crenças e valores, a isso se chama de mindset (jargão corporativo da língua inglesa), a maneira como percebemos o mundo. A aplicação do seu mindset voltado para ações inovadoras e empreendedoras irá definir o tipo de bibliotecário que você será, uma vez que, traduzindo ao pé da letra, mindset significa mente configurada, ou configuração da mente.

Nesse sentido, pergunto: como anda o mindset dos bibliotecários?

Acredito que tudo isso está relacionado com o modelo mental que temos acerca da nossa profissão, ou seja, a percepção sobre o universo biblioteconômico será o principal responsável por essa mudança. Dessa forma, é importante uma abertura de conhecimentos que vai além da Biblioteconomia, assim como é importante entender a Biblioteconomia afora os conhecimentos adquiridos nos bancos da faculdade: uma Biblioteconomia multi, inter e transdisciplinar, atenta a tudo e a todos. Cada um de nós, enquanto bibliotecários, podemos mudar o nosso futuro profissional a partir da nossa percepção. Nesse sentido, é importante criar novas expectativas na mente, pois elas serão capazes de mudar a nossa realidade profissional.

Pensar o empreendedorismo na Biblioteconomia é antes de tudo mudar o padrão de pensamentos dos bibliotecários, mudar o modelo mental acerca da profissão, pensar nas diferentes possibilidades de atuação, criar um novo mindset, pois será ele o principal responsável para o fracasso ou sucesso profissional.

Na busca de um novo mindset para minha vida pessoal e para aplicação na minha vida profissional, tenho procurado novos conhecimentos; um deles está materializado concretamente em um curso online que estou fazendo com Conrado Adoplho e Carolina Calado, chamado “Remindset empreendedor”, que tem me ajudado a trabalhar e a fortalecer a minha mente nesse sentido. No curso, Conrado reforça a necessidade de mudar o padrão de pensamentos, para ter melhores resultados, uma vez que: “pensamentos mudam sentimentos, sentimentos mudam ações, ações geram resultados”.

E você, já avaliou se está precisando buscar um novo mindset para a sua vida profissional? Sempre é bom refletir a respeito.

domingo, 23 de agosto de 2015

QUEM ROUBOU O BRILHO DAS ESTRELAS?




Uma velha questão que volta e meia vem à tona e levanta grandes discussões: uma biblioteca pode ou não funcionar sem bibliotecário? A ausência do bibliotecário invalida o trabalho desenvolvido por pessoas comprometidas com a biblioteca e com a comunidade?

Lembrei-me dos pequenos espaços cedidos em salas, varandas, garagens, borracharias, lixões, centros comunitários, dentre outros, por simpatizantes da leitura, em lugarejos distantes, esquecidos e de acesso difícil, para formação do que eles orgulhosamente chamam de “biblioteca”. 

Geralmente são iniciativas de pessoas simples da comunidade, que possuem uma sensibilidade capaz de identificar necessidades de informação e de conhecimento, ou simplesmente porque acreditam que através da leitura é possível mudar o mundo. Não são poucos os casos divulgados na imprensa de comunidades que criaram espaços de leitura e de estudo e que, a partir dessa iniciativa, conseguiram mudar a vida das pessoas da comunidade. 

Infelizmente, tenho poucas lembranças de profissionais bibliotecários que “se aventuraram” numa ação “missionária” dentro de becos e lixões com o simples propósito de mudar o status quo da comunidade, se conhecem, por favor, me avisem, pois gostaríamos de divulgar aqui no MURAL!

Também me incluo na lista desses profissionais que optaram pela biblioteca convencional, por esse motivo me sinto à vontade para questionar. Nunca “me aventurei” em abraçar uma causa voluntária em prol de comunidade X ou Y. Cada vez mais nos “apaixonamos” pelas tecnologias voltadas para recuperação da informação e vamos deixando de lado a Biblioteconomia voltada diretamente para as pessoas. 

O brilho das estrelas, ou melhor, algumas estrelas que brilham, podem estar no meio do nada, sem canudo e sem faculdade, sem título de mestre ou doutor, mas no coração um sentimento de pertença a uma profissão que não lhe pertence por direito, porque escolheu sua atuação por inspiração e vocação.

Vivam os bravos guerreiros! Sejam bibliotecários ou não, que conseguem fazer que as crianças, adultos e velhos voltem a sonhar com um mundo diferente, um mundo de possibilidades e oportunidades. 

Vamos ter cuidado para não apagar a luz desses guerreiros, comprometendo o resultado de trabalhos voluntários, cujo único objetivo é fazer as pessoas brilharem. Afinal, queremos ou não a tão difundida “democratização da leitura”? Daremos ou não o devido reconhecimento aos profissionais, de diferentes áreas, que encaram essa empreitada? #somostodospelaleitura