segunda-feira, 25 de abril de 2016

LEITURA: ITEM DE PRIMEIRA NECESSIDADE

Por Ana Luiza Chaves

Nunca é demais falar do incentivo à leitura, principalmente quando estamos em pleno mês de abril, passando por quatro datas comemorativas que fazem alusão a essa prática. Convidamos todos a passear por essas datas e a refletir sobre suas relevâncias.

Logo no início, no dia 2, temos o Dia Mundial do Livro Infanto-Juvenil, homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de contos mundialmente conhecidos. Quem não leu “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo” e “A Pequena Sereia”? Obras que encantaram crianças de muitas gerações e o fazem até hoje, trazendo lições para a vida de forma lúdica e fabulosa. A data de 9 de abril ficou conhecida como o Dia da Biblioteca em função da publicação do Decreto nº 84.631, de 9 de abril de 1980, que proporciona a valorização da cultura, do livro, da leitura, do bibliotecário e das bibliotecas brasileiras. O referido Decreto instituiu a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca e o Dia do Bibliotecário.

Já no dia 18, Dia Nacional do Livro Infantil, homenageamos o editor e autor brasileiro Monteiro Lobato, cujas obras infantis, dentre elas “O Saci”, “A Menina do Nariz Arrebitado”, “Memórias da Emília”, encheram as nossas infâncias de alegrias, curiosidade, informação, inclusive com versões atuais para o meio televisivo. E, por último, não menos importante, o dia 23, Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, uma referência ao falecimento dos escritores Miguel de Cervantes e William Shakespeare, comemoração necessária para universalizar a prática da leitura e do direito de quem escreve.

Assistimos desde o início do mês a vários projetos acontecendo pelo Brasil afora. São escolas, empresas, bibliotecas, instituições, bibliotecários, pedagogos, professores, agentes sociais e tantos outros profissionais cumprindo o papel de disseminadores da leitura, fundamental para combater o analfabetismo letrado, para tornar nossas crianças mais críticas e reflexivas, para despertar o novo, enfim, para abrir horizontes e perspectivas. Se você ainda não é um idealizador desses projetos, pense em como pode incentivar uma criança a ler, fazendo da leitura um item de primeira necessidade e, quem sabe, conseguimos contribuir para acabar com o chavão de que o brasileiro não gosta de ler, afinal, “Um país se faz com homem e livros”.

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Texto publicado originalmente no Facebook do MURAL INTERATIVO DO BIBLIOTECÁRIO, com a hashtag #otextoénosso, no dia 25 de abril de 2016.
 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

ATENTADO AOS LIVROS DA BIBLIOTECA

Por Edvander Pires

Já faz alguns dias que venho acompanhando a movimentação e os assuntos relacionados à biblioteca num determinado fórum acadêmico no Facebook, no qual muitos alunos têm se manifestado contra certos “atos de violência” praticados contra os livros da biblioteca. São postagens bastante significativas nas quais os usuários repudiam toda e qualquer forma de “agressão” aos livros, que são de uso coletivo! Essas “agressões” se refletem em rabiscos, grifos, páginas destacadas, arrancadas mesmo, sem nenhuma consideração, uso de marcadores permanentes, de clipes que amassam as páginas, dentre outras barbaridades.

Muito me alegra ver uma comunidade de alunos tão consciente e indignada quanto a esse dano ao patrimônio público. Sim, em nosso caso, os livros são considerados patrimônio público, de uma universidade pública e de uso comum a tod@s! Que bom seria que tod@s tivessem essa consciência, mas...

Dentre as muitas coisas que podem fazer um bibliotecário enfartar, certamente ver um livro retornar do empréstimo danificado ou com rasuras é um forte candidato a figurar-se no topo da lista. Não há nada mais revoltante do que lidar com uma situação como essa, ser questionado por um usuário, chamado a atenção mesmo, seja pela ausência de páginas, seja pela condição lastimável do exemplar, e não saber o que responder, a quem culpar.

Em muitos casos, é aí que entra o belíssimo trabalho de restauração, que deve vir aliado a campanhas periódicas de preservação do acervo, enfaticamente adotadas em muitas bibliotecas. No mais, é procurar sempre sensibilizar o usuário de que o cuidado no manuseio e na maneira de tratar o livro ainda é um fator de extrema importância para a conservação de um bem comum e para o acesso à informação e ao conhecimento registrado por meio do acervo de nossas bibliotecas. 

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quinta-feira, 14 de abril de 2016

BIBLIOTECONOMIA SOCIAL EM AÇÃO

Por Catia Lindemann
























Nossa militância pela Biblioteconomia Social não renega nem mesmo deixa de ressaltar que há muito já se discute sobre “contexto social no fazer bibliotecário”. Contudo, ficar girando em torno de conjecturas, falácias acadêmicas, discussões sobre..., mas e cadê a ação dentro das comunidades locais como resultado de tantos estudos e diálogos?

Há alguns anos já venho usando a nomenclatura “Biblioteconomia Social”, mas não enquanto cientificidade, isso fiz depois na minha monografia, eu fiz e faço uso do termo enquanto ação, sem o alarde do glamour científico, mas ação direta dentro dos grupos sociais em que a informação sequer chegou, locais que não contemplam a presença de uma biblioteca, guetos que sequer foram respingados pelos resultados das tantas e inúmeras reuniões convencionais das academias.

Há quase um ano atrás, o Mural Interativo do Bibliotecário abriu espaço para disseminar, discutir e esclarecer o que de fato vem a ser a Biblioteconomia Social. Já apresentamos inúmeras matérias e agora sentimos a necessidade de expor na prática o passo a passo daquilo que colocamos de modo mais sintetizado ou mesmo apresentando apenas o contexto geral.

A série de pequenos vídeos que vamos apresentar tem como intuito exatamente a aplicabilidade da Biblioteconomia Social enquanto ação dentro das comunidades. Nossa ação está sendo feita dentro de um bairro de periferia com mais de 30 mil moradores, localizada no Bairro Parque Marinha, na cidade mais antiga do estado do Rio Grande do Sul, Rio Grande. Tudo se deu por iniciativa da presidente da associação de moradores, que demonstrou interesse em montar uma biblioteca dentro da sede da associação, e por meio da professora Denise Marques, vereadora que já conhecia nosso trabalho feito no presídio local e que nos procurou, relatando o seu consternamento de um bairro tão grande e povoado e que não possuía uma só biblioteca comunitária.

Enfatizamos que esse trabalho é totalmente voluntário, nossas atividades bibliotecárias não são remuneradas e todo material é obtido por meio de doação. É... Fazer Biblioteconomia Social não é nada fácil, é trabalhar em condições precárias, lidando com adversidades, sem ganho algum, apenas por amor ao ideal de que todos possam ter a disponibilidade dos livros, que a informação não seja seletiva e de alguns poucos, fazendo, assim, valer o verdadeiro direito à cidadania que roga como obrigatório que todo e qualquer indivíduo tenha acesso à informação. Isso é Biblioteconomia Social, isso sim é ação direta que visa ao grande povão, uma Biblio do povo e para o povo.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

O BIBLIOTECÁRIO E AS VISITAS DE AVALIAÇÃO DO MEC: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Por Juliana Lima
 


Para começar a nossa reflexão de hoje, faço a seguinte pergunta: bibliotecário, você conhece todo o processo de uma visita de avaliação de curso do MEC? Talvez alguns conheçam, outros não conhecem, e uns nem tanto assim.

O fato é que, no contexto relacionado aos bibliotecários que atuam em Instituições de Ensino Superior (IES), são conhecidos certos meios de trabalho observados com bastante frequência nas bibliotecas, inclusive é sabido o fato de que muitas vezes o profissional não está preparado ou sequer possui a devida vivência, a experiência para lidar com o processo de preparação para receber uma visita do MEC. Além disso, por diversos momentos, há falha de comunicação entre setores da instituição que deveriam ter contato constante com a biblioteca no sentido de adequar e ajustar toda e qualquer exigência relacionada a uma visita de autorização, reconhecimento ou renovação de reconhecimentos de cursos. Um exemplo clássico é o bibliotecário que administra a biblioteca sem sequer consultar quaisquer documentos institucionais, sem consultar os instrumentos de avaliação do MEC, Projeto Pedagógico de Curso (PPC), matrizes curriculares e/ou ementas de disciplinas, ou seja, desconhecendo ou ignorando o fato de que isso é importante para a formação do acervo de uma biblioteca universitária. E o resultado é preocupante, afinal tudo deverá ser revisto porque com certeza as condições não serão atendidas com um acervo e serviços que não condizem com o que foi informado ao MEC e constatado pelos avaliadores no dia da visita, ressaltando que esse caso reflete, e muito, na pontuação para atingir um conceito que permita o funcionamento do curso.

Outra falha grave – mas esta mais por parte da instituição e do que do bibliotecário – é o fato de o profissional não ser informado sobre uma possível data de visita de avaliação do MEC ou sobre os processos que estão em andamento na instituição, como, por exemplo, o pedido de abertura de novos cursos. Isto é, uma falha grave de comunicação, na qual muitas vezes o bibliotecário – que trabalha com o produto informação, que ironia do destino! – não é informado sobre esses processos em tramitação no MEC e de datas de visitas de avaliação de cursos. Enfim, o pobre bibliotecário desconhece os processos, desconhece os prazos de cada etapa, desconhece tudo. Pior ainda é quando fica sabendo na véspera da visita de avaliação in loco ou até mesmo no dia, naquele exato momento, enfim, uma surpresa nada agradável.

Outro ponto relevante e que deve ser levado em consideração é o fato de o bibliotecário desconhecer o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), a Comissão Própria de Avaliação (CPA), entre outros aspectos essenciais, muitas vezes sequer ouviu falar. O resultado disso é que também perde ponto por não considerar os resultados da autoavaliação para administrar os pontos positivos e negativos, entre outros aspectos importantes suscitados com a atuação da CPA, e que podem subsidiar na administração do bibliotecário, além de auxiliar nos processos de tomada de decisão, considerando não apenas ‘a biblioteca’, mas a biblioteca integrada ao todo, associando o planejamento estratégico da biblioteca ao da IES, pois a biblioteca é uma parte importante que faz parte de um todo: a sua IES. Muito bibliotecário se esquece disso, e, às vezes, a IES também.

Há situações em que o bibliotecário recebe a tarefa de analisar o PPC e verificar o que existe ou não na biblioteca em nível de acervo, e, em seguida, preencher a documentação solicitada pelo MEC, sem o prévio conhecimento sobre toda a tramitação dos processos e sem conhecer os manuais que norteiam esse preenchimento; assim, o bibliotecário termina elaborando textos que não atendem aos requisitos avaliados pelo MEC, além de executar uma tarefa que não é própria para o bibliotecário em si.

Sabe o que é pior: tudo o que dá errado em uma visita de avaliação SEMPRE sobra para o bibliotecário! Portanto, a tarefa primordial é conhecer todos os processos e documentos que envolvem uma visita de avaliação de curso e também se inteirar com as questões de mobiliário, espaço físico e acessibilidade. Mas, esse é outro papo para os próximos #otextoénosso...