terça-feira, 31 de maio de 2016

O BIBLIOTECÁRIO E SUA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL: UMA ANALOGIA À REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Por Ana Luiza Chaves

Para encerrar o mês de maio, marcado pela comemoração do Dia do Trabalho logo no seu início, voltamos a falar dele, do trabalho profissional, aquele exercido em função da profissão abraçada. Como estamos aqui, neste espaço interativo do bibliotecário, nada mais justo e oportuno falarmos desse profissional, até porque já tivemos duas postagens anteriores que abordaram essa questão: BIBLIOTECÁRIO, VOCÊ PODE VIVER DA SUA PROFISSÃO e BIBLIOTECÁRI@, VOCÊ TEM A VIDA QUE VOCÊ MERECE. Tudo que pode ser representado de forma ilustrada se torna mais visível, mais compreensivo, e é nessa linha que perguntamos: Já parou para pensar como anda a sua trajetória profissional se levarmos em conta um gráfico? Vamos lá!

Considerando o plano cartesiano, em que constam os eixos das abscissas e das ordenadas, se situarmos, no primeiro, o passar dos anos a partir da data da nossa formatura e, no segundo, os fatos que se sucedem, tais como: atuação na profissão, representatividade, mudança de emprego, realização profissional, remuneração, admissão/demissão, aprovação/reprovação em concurso público, promoção, reconhecimento etc., a função resultante pode ser crescente, decrescente, variante entre o crescente e o decrescente ou representada por uma constância.

Se é crescente, parabéns!!! Continue lutando para se manter nesse status, seguindo em frente, qual uma seta ponteira rumo ao alto, conservando sempre a diferenciação no mercado. Se for decrescente, cuidado com a queda livre, ela pode ser fatal! Tente frear essa descida, estabeleça uma constância, para depois impulsionar um crescimento planejado, agarrando-se com as oportunidades que passam à frente. Se parece um zig zag, cheia de altos e baixos, quando estiver no ponto mais alto, faça um esforço para se manter e evitar nova descida, educação continuada e injeções de inovação são o caminho para novas possibilidades. Se for uma constância positiva, tudo bem, mas vale um toque a mais para sair da zona de conforto, mas, se for uma constância com status de marasmo, vire o jogo, pense fora do quadrado, radicalize! Claro, dentro de um contexto de viabilidade.

Nossa vida profissional é realmente cheia de altos e baixos, às vezes temos até que recomeçar ou dar um passo atrás para depois seguir em frente. Vamos aproveitar e explorar ao máximo os nossos pontos fortes e tentar minimizar os pontos fracos, sempre de olho nas interferências externas, oportunidades e ameaças. Convidamos todos a visualizarem seus gráficos de trajetória profissional e a fazerem a intervenção necessária, pois nunca é tarde para mudança ou recomeço, com o objetivo de se manter bibliotecário no mercado de trabalho.
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

BIBLIOTECÁRI@, VOCÊ TEM A VIDA QUE VOCÊ MERECE!

Por Fabíola Bezerra

Vou iniciar este texto com uma fábula que diz mais ou menos assim:

“Um sapo barrigudo coaxava num lodaçal, quando viu resplandecer no alto de umas pedras um pirilampo. Certo de que nenhum ser tinha o direito de exibir qualidades que ele próprio jamais possuiria, e mortificado pela sua própria impotência, saltou sobre ele e cobriu-o com o ventre gelado. Por que me tapas? Ousou perguntar-lhe o inocente pirilampo. E o sapo, congestionado pela inveja, só soube responder com esta pergunta: E tu, por que brilhas?”

A inveja tão bem ilustrada nesta fábula levou-me a pensar porque alguns bibliotecários brilham enquanto outros apenas coaxam.

Ouço de vez em quando discursos vitimizados de um bibliotecário ou outro diante da sua profissão e da sua perspectiva de trabalho, terceirizando a sua culpa para aliviar a sua dor diante da sua falta de atitude. Muitas vezes tenho vontade de perguntar: afinal o que tens feito para mudar a tua vida profissional?

O estado de vitimização permanente vicia e causa confusão na mente, levando você a pensar que não é capaz de passar para o próximo nível.

Um dia conheci um bibliotecário recém-formado que desenvolvia uma prestação de serviço em uma empresa que contratava bibliotecários. Como era mal remunerado, trabalhava pouco e gastava seu tempo enrolando o serviço e a pessoa que o contratou. Pergunto: como esse jovem profissional poderá passar para o primeiro nível se ele se acostumou na segunda divisão? Como poderá esse jovem vislumbrar um futuro na profissão se ele mesmo se autossabota?

Se, por acaso você estiver na segunda divisão, por um motivo ou outro, jogue o jogo como se estivesse na primeira divisão, pois a excelência do que você faz é que fará você mudar de nível. Tome cuidado com a mediocridade. Qual o nível de excelência no que você faz?

No dia 14 de maio deste ano, tive a oportunidade de participar do BIBLIOCAMP Recife, organizado pelo bibliotecário Gustavo Henn. Em meio a um ambiente bucólico, inspirado nos castelos medievais, bibliotecários do Brasil passaram o dia reunidos no Instituto Ricardo Brennand, partilhando experiências e disseminando inspiração.

O que vimos e ouvimos lá de nada tem a ver com atitudes medíocres, muito menos invejosas. São bibliotecários que aprenderam a jogar na primeira divisão, que não fazem o jogo da vitimização, que acreditam na Biblioteconomia. Bibliotecários com visão prospectiva e sonhadora. Profissionais com atitudes abnegadas capazes de revitalizar seus espaços de trabalho e sua forma de atuação. Bibliotecários que não procrastinam seu tempo, mas que trabalham em favor do tempo, transformando suas vidas em prol do que acreditam.

Exerça sua profissão com sabedoria, transforme sua dor em desafio, mude sua posição nesse jogo, trabalhe de maneira inteligente, cuidado para não acreditar que o seu lugar é na segunda divisão. E lembre-se sempre: você tem a vida que você merece.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O QUE ATRAI O USUÁRIO?

Por Edvander Pires

Recentemente, três campanhas – sensacionais e que estão de parabéns, por sinal – nos chamaram a atenção nas redes sociais. Uma teve o objetivo de dar as boas vindas aos usuários no início do semestre, a outra esteve voltada a provocar no usuário a conscientização do uso da biblioteca, e a última, mas não menos importante, com foco na preservação do acervo.

Tais campanhas nos mostram a importância da linguagem da biblioteca universitária, assim como das bibliotecas de qualquer natureza, ser a mesma linguagem do usuário, pois, criar ações que o envolvam, só tende a propagar a boa imagem da biblioteca. Para além da ação presencial, as mídias sociais também estão aí para levar adiante ideias criativas como essas e que realmente têm como foco a atração do usuário. Assim, todos os protagonistas envolvidos saem ganhando: a biblioteca (ao colocar em prática o “marketing de serviços”), o usuário (que passa a entender a realidade e a rotina da biblioteca), e a instituição mantenedora (que vê os objetivos sendo cumpridos).

É preciso dar vez e voz ao usuário, razão para a qual os produtos e serviços de nossas bibliotecas existem. Um usuário envolvido e fiel à biblioteca vale até mais do que outros fatores que interferem no dia a dia do trabalho, pois ele interage participando, sugerindo, reclamando, elogiando etc., e esse feedback é salutar para desenvolvermos ações de melhoria. Usuário envolvido é aquele com quem a equipe da biblioteca mantém uma relação de atendimento personalizado, de fidelidade e de empatia (colocar-se no lugar do outro). E essas campanhas que mencionamos aqui nada mais são do que uma extensão do serviço de referência, que vai além do simples contato com o usuário a partir de uma necessidade de informação, pois a intenção é a de atraí-lo e envolvê-lo no ambiente da biblioteca.

É cada vez mais nítido que se foi o tempo em que bibliotecário atuava apenas como um profissional entre quatro paredes, atrás de uma mesa ou sob uma gestão alicerçada aos interesses únicos da administração. É preciso sim praticar o walking reference (tão bem explicado na obra de Jean-Philippe Accart), que nada mais é do que “sair do balcão de referência e ir atrás do usuário”, ao encontro dos seus anseios, necessidades, demandas e linguagem. E não foi isso que essas campanhas fizeram? Então, afinal, o que atrai o usuário?


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Acesse as campanhas descritas neste texto:


CLIQUE AQUI e confira a campanha de boas vindas com a turma do "Suricate Seboso".

CLIQUE AQUI e confira a campanha "o que pode e não pode na biblioteca da Poli".

CLIQUE AQUI e confira a campanha "médic@s e enfermeir@s do livro".

segunda-feira, 9 de maio de 2016

AFINAL, ELA É UMA MÃE!

Por Ana Luiza Chaves

Sem sair do contexto do Dia das Mães, até porque dia das mães é todo dia, venho trazê-la agora para bem perto dessa comemoração, afinal, ela é uma mãe!

Mas de quem estou falando? Da “mãe biblioteca”, uma velha senhora que, de tão presente e essencial, é jovem e atual. Consegue se adaptar às exigências de seus filhos, até aos mais jovens, aqueles da Geração Y e Z, e atendê-los em suas necessidades, acolhendo-os em seu seio, às vezes dando-lhes conselhos fortes ou elementares, educando-lhes com mensagens subliminares.

Essas mensagens vão desde fazer menos barulho, alimentar-se de conhecimento diariamente, até avisar-lhes que precisam ler isso e mais aquilo para enriquecer a mente.

Uma senhora majestosa pela sua grandiosidade e alegria, herdados pelas mães ancestrais Nínive, Pérgamo e Alexandria, mas humilde em fazer o bem, porque é servidora, porque oferece muitas opções para seus filhos, mesmo para aqueles que vêm de longe, de outra freguesia.

Conhece cada um deles, suas limitações, suas demandas e suas preferências, porque os tem como razão de sua existência, por isso procura se especializar, para oferecer a coisa certa, para o filho certo, na hora certa.

Quando recebe visitantes ilustres, de outras etnias, oferece-lhes o que tem de melhor, compartilha sabedoria e cria um círculo virtuoso, rompendo barreiras da geografia.

Gosta da casa limpa, arrumada e organizada, estabelecendo regras mínimas de sintonia, para que seus filhos respeitem e, assim, possam conviver em harmonia.
De vez em quando padece, faltam-lhe recursos. A economia do lar não vai bem, mas, dentro das suas limitações, não mede esforços para atingir seus objetivos, se articula com amigas e instituições buscando soluções de apoio para seus filhos.

Muitas vezes não é reconhecida pelos filhos, filhos ingratos, que bebem o néctar e se alimentam de ambrósia, e não sabem usá-los para que gerem novos frutos, ou, pelo menos, retornem à casa como o filho pródigo. Outros tomam seus pertencentes emprestados. Cuidados? Não lhes destinam não, desobedecendo às regras da casa, prejudicando o irmão.

Mas essa mãe tem a facilidade de perdoar. Perdoa esses e aqueles e, como toda mãe, não guarda mágoa dos mal feitos dos filhos, buscando sempre uma maneira de trazê-los para mais perto e, assim, corrigi-los para um futuro certo.

Uma mãe dessas é para toda a nação, todos têm direito. Busquem e cobrem, está na legislação!
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domingo, 1 de maio de 2016

BIBLIOTECÁRIO, VOCÊ PODE VIVER DA SUA PROFISSÃO!

Por Fabíola Bezerra



Cada vez mais tenho convicção que falta na formação do bibliotecário capacitação voltada para o empreendedorismo, para criar uma mente empreendedora. Bibliotecários são profissionais muito bem capacitados no que fazem, mas sabem pouco do que não fazem.

Tenho recebido no MURAL, com certa frequência, mensagens de colegas bibliotecários que estão desempregados, assim como observo bibliotecários voltando suas ações para fora da área, procurando alternativas de trabalho que possam lhes dar condições de sobrevivência. Ao ouvir um desabafo ou outro, sempre me causa bastante angústia, pois tenho a convicção de que é possível viver da Biblioteconomia, assim como tenho a certeza de que falta no bibliotecário uma visão prospectiva sobre a sua profissão. Vou exemplificar...

Esses dias eu estava participando de uma reunião de trabalho, mais especificamente uma reunião de planejamento. Debatia-se sobre vários assuntos, e um deles era sobre a aplicação das normas da ABNT pela comunidade universitária e todo o esforço da biblioteca em criar ações de capacitação sobre as diferentes normas de documentação. Em um determinado momento da reunião, falava-se em preparar novas modalidades de treinamentos para cobrir as normas da “APA” e de “Vancouver”, a fim de atender seguimentos específicos de usuários da universidade. Uns bibliotecários afirmavam estarem estudando as duas normas para se capacitarem ao ponto de replicarem esse conhecimento em forma de novos treinamentos. Nessa altura comecei a pensar sobre isso e confesso que meu pensamento saiu daquela sala e fiquei conjecturando comigo mesma.

Bibliotecários que trabalham com normalização têm um leque de opções para criar oportunidades de trabalho, reparem que não me referi a emprego, mas a trabalho. Vamos pensar juntos: dia após dia, novas faculdades são criadas, é suposto que exista uma grande demanda de estudantes universitários e, por tabela, uma grande demanda de trabalhos a serem produzidos. Os bibliotecários que atuam em bibliotecas universitárias cada vez mais têm menos tempo de cobrir a enorme demanda, logo existe um gap que precisa ser preenchido. Os bibliotecários de referência geralmente possuem grande habilidade em trabalhar com as normas da ABNT, em muitas vezes esse conhecimento só é aplicado para corrigir referências bibliográficas, citações e normalização de teses e dissertações. Alguns até conseguem ganhar algum trocado normalizando os trabalhos de alunos que estão com o prazo de entrega da tese ou da dissertação estourado. Mas isso é um trabalho de formiguinha!

Refiro-me ao fato de poderem trabalhar de forma escalonável, usando o marketing digital a favor do seu conhecimento, usando sua habilidade única e criando infoprodutos que possam ser adquiridos de qualquer parte do mundo por meio de plataformas de vendas de produtos digitais. Já pensaram que o treinamento que desenvolvem na biblioteca de forma gratuita, para um grupo restrito, pode ser transformado em um produto digital? Já ventilaram a hipótese, por exemplo, de ensinarem em forma de curso digital como fazer a hora do conto mais dinâmica? É óbvio que esse trabalho, por questões éticas, não pode ser aplicado ao seu cliente interno, pois, enquanto bibliotecário de uma instituição, é tarefa atender aos usuários dessa instituição sem qualquer ônus.

A ideia desse post de hoje, Dia do Trabalho, é dizer para você, amigo bibliotecário, que NÃO desista da sua profissão, que ACREDITE na Biblioteconomia e na possibilidade real de você viver do seu conhecimento enquanto profissional. Repense a sua atuação a partir das suas habilidades, dessa forma o dia 1º de maio poderá ser comemorado efetivamente por todos os bibliotecários.

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Texto publicado originalmente no Facebook do Mural Interativo do Bibliotecário, com a hashtag #otextoénosso, no dia 1º de maio de 2016.