terça-feira, 27 de março de 2018

BIBLIOTECÁRIO: "SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO"

Por Ana Luiza Chaves

No mês de março em que comemoramos o Dia do Bibliotecário, nada mais providencial para refletirmos sobre o nosso posicionamento profissional, usando a famosa frase:

Bibliotecário: "Ser ou não ser, eis a questão".

Isso porque temos vários posicionamentos provisórios ou em transição. Partindo do tipo positivamente mais extremo em relação à profissão em si, até ao mais negativo, podemos elencar:
  1. Aqueles que abraçaram a profissão e se identificaram com ela e, sendo assim, atuam efetivamente de forma satisfatória e compensatória;
  2. Aqueles que abraçaram a profissão e se identificaram com ela, mas, ao longo da trajetória não conseguiram retorno satisfatório e, mesmo assim, continuam na profissão, esperando um dia melhorar;
  3. Aqueles que abraçaram a profissão e se identificaram com ela, mas, ao longo da trajetória não conseguiram retorno satisfatório e, por isso, enveredaram para outra profissão, mas com algum vínculo com a Biblioteconomia;
  4. Aqueles que abraçaram a profissão e se identificaram com ela, mas, ao longo da trajetória não conseguiram retorno satisfatório e, por isso, enveredaram para outra profissão, sem ter a ver com a Biblioteconomia;
  5. Aqueles que abraçaram a profissão, mas, de pronto, não se identificaram com a Biblioteconomia, abandonando-a em detrimento a outra;
  6. Aqueles que de imediato não gostaram da profissão, partindo logo para um novo caminho.
Na famosa frase do monólogo de Hamlet, de William Shakespeare, o personagem enfrenta a situação dualística de decidir se será melhor aceitar a existência com a dor que reina (viver) ou se será melhor acabar com a vida (morrer). Ele tem na vida a certeza de ter que sofrer, mas na morte a incerteza, porque tem medo daquilo que possa existir além da morte, podendo passar por mais sofrimentos e punições em função da ação suicida.

Tomando a frase para fazer uma analogia, aplicando-a ao nosso contexto, viver seria continuar na profissão com todos os seus percalços e condições, sem interferir, e morrer seria desistir da profissão, carregando o fardo de ter se formado em Biblioteconomia e de não tomá-la para exercê-la. Mas, diferente de Hamlet, enquanto profissionais do século XXI, da era tecnológica, da era globalizada, da era da interdisciplinaridade, da era da mediação da informação e da gestão do conhecimento, temos uma terceira opção, muito mais inteligente, a de pensar além, a de intervir na situação, a de se posicionar e a de agir de forma empreendedora.

Bibliotecário, à exceção do tipo 1, qualquer que seja a sua situação enumerada acima, é hora de refletir, agir e se posicionar!

Se não está bom, é hora de mudar!

Nota: "Ser ou não ser, eis a questão", na língua inglesa: "To be or not to be, that is the question". Famosa e mundialmente conhecida frase, dita por Hamlet, durante o monólogo da primeira cena do terceiro ato na peça de mesmo nome, de William Shakespeare (escrita entre 1599 e 1601).

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